Leitura como Hobby: Como Criar o Hábito de Ler Mais
“Preciso ler mais.”
Quantas vezes você já disse isso? E quantas vezes parou na página 10?
Se você é como eu era, sabe bem como é comprar um livro empolgado, abrir as primeiras páginas e… tocar o celular, ver um story, lembrar do boleto, perder o foco e fechar o livro.
Mas calma. A culpa não é sua.
A verdade é que a leitura como hobby não nasce da obrigação. Ela nasce do encontro. Daquele momento mágico em que uma história te pega pela gola e diz: “fica aqui comigo só mais um capítulo”. A boa notícia? Você pode criar esse encontro.
E é sobre isso que a gente vai conversar aqui: como transformar a leitura em um hábito real, prazeroso, possível — e principalmente seu.
Sem fórmulas mirabolantes. Sem culpa. Só com pequenas mudanças que fazem diferença de verdade no dia a dia.
Ler é mais do que absorver informação. É um jeito novo de viver o tempo.
Te ajuda a respirar melhor num mundo barulhento. Te leva pra outros lugares mesmo quando você não pode sair de casa.
E segundo a Mayo Clinic e a Harvard Health, ainda ajuda a melhorar a memória, reduzir o estresse e até prevenir o declínio cognitivo com o tempo.
👉 Leia aqui o artigo da Harvard Health
Então, se você sente que precisa desacelerar, reconectar com você mesmo, e talvez resgatar o prazer de algo simples e poderoso — a leitura tá te esperando.
E se hoje fosse o dia em que você finalmente descobrisse como tornar isso um hábito real?
Por Que Escolher a Leitura Como Hobby?

Um hobby acessível, portátil e barato
Quando me perguntam qual hobby eu recomendo pra quem quer começar sem gastar muito e sem complicação, minha resposta é sempre a mesma: leitura.
Você não precisa de equipamentos caros, nem de um espaço específico.
Um livro cabe na mochila, no bolso do casaco, e hoje em dia, até no celular — com aplicativos gratuitos como o Kindle, o Wattpad e o bom e velho PDF do grupo do zap (vai por mim, tem uns que são verdadeiras preciosidades).
Leitura não exige grandes blocos de tempo. Com 15 minutinhos por dia, você já cria um ritual. Um respiro entre o caos.
Pra mim, virou companheira de espera em fila, de café da manhã calmo e até de noites em que a ansiedade bate — o que nos leva ao próximo ponto…
Redução de estresse, foco e clareza mental
Você já percebeu como a cabeça desacelera quando a gente mergulha numa boa história?
Não é impressão, não. Segundo uma pesquisa da Universidade de Sussex, apenas 6 minutos de leitura por dia já são suficientes pra reduzir os níveis de estresse em até 68% — mais eficaz do que ouvir música, caminhar ou tomar um chá.
A leitura ativa áreas do cérebro que nos ajudam a focar, imaginar e processar emoções.
E diferente da rolagem infinita no celular, ela te coloca no presente, como uma espécie de meditação com palavras.
Eu mesmo troquei 15 minutos de rede social antes de dormir por um livro leve. Resultado? Sono mais tranquilo e mente mais organizada no dia seguinte.
Expansão de vocabulário e raciocínio crítico
Você já deve ter ouvido que “quem lê, escreve melhor”. Mas vai muito além disso.
Ler também melhora sua capacidade de argumentar, tomar decisões e perceber nuances.
Sabe aquela galera que tem sempre uma boa resposta, uma sacada esperta, uma visão mais clara das coisas? Pode apostar que a leitura faz parte da rotina.
Com o tempo, você começa a notar as palavras se encaixando melhor no pensamento — e na fala.
E mais importante: você passa a ouvir o mundo com mais curiosidade e menos julgamento.
O Que Te Impede de Ler Mais (E Como Superar Isso)
Falta de tempo real ou só distração?
Sabe aquela frase clássica: “Eu queria tanto ler mais, mas falta tempo”?
Já disse isso mil vezes. Até perceber que o tempo não faltava — ele só tava indo embora no scroll infinito do celular, nas notificações, nos vídeos curtos que parecem inofensivos mas consomem uma hora sem você perceber.
Eu percebi isso quando vi meu relatório de tempo de tela. Era como se eu tivesse lido três livros por semana, só com o tempo que eu passava vendo memes e reels.
Se você conseguir reservar 15 minutinhos por dia — no transporte, no intervalo do almoço, antes de dormir — já dá pra começar. Leitura é hábito, não maratona.
Livros chatos, traumas escolares e bloqueios
Se você acha leitura entediante, a culpa pode não ser sua.
Talvez te enfiaram goela abaixo aquele livro de 300 páginas no ensino médio — cheio de palavras difíceis, sem contexto nenhum, como se ler fosse prova de resistência, não de prazer.
Eu demorei pra entender que não existe “livro ruim” — existe livro errado pra aquele momento da vida.
Você não precisa começar com clássicos densos se o seu ritmo tá acelerado.
Pode ser um suspense curto, um romance leve, até uma HQ. O importante é ler o que te prende, não o que te disseram que “tem que ler”.
Expectativa de produtividade vs. prazer
Outro bloqueio que pega muita gente: achar que leitura tem que ser “útil”.
Tipo: “Ah, se eu for ler, tem que ser um livro de negócios, ou de produtividade, ou que me ensine algo prático…”
Mas e se o que você mais precisa agora for ficção, imaginação, leveza?
Vou te contar: os livros que mais mudaram minha vida não me deram fórmulas.
Eles me deram perspectiva, empatia, descanso mental.
Ler não é uma corrida de páginas.
É um convite pra sair do automático, mesmo que por meia hora por dia.
Se você sente que ainda não pegou gosto pela leitura, talvez só esteja tentando do jeito errado.
Troque o “tenho que” pelo “quero ver no que dá”.
Comece com textos curtos. Teste gêneros. Desbloqueie essa parte sua que talvez só esteja esperando o livro certo cair na sua mão.
Como Criar o Hábito de Leitura Mesmo com Rotina Cheia
Comece com metas pequenas (5 a 10 minutos por dia)
Se tem uma coisa que aprendi na marra é que esperar “o momento ideal” pra ler é o mesmo que esperar o Wi-Fi perfeito em viagem de ônibus: ele não vem.
Quando minha rotina ficou apertada, achei que precisava de 1 hora por dia pra ler de verdade. Spoiler: não precisava.
Comecei com 5 minutinhos. Sério. No café da manhã, na fila do banco, no intervalo entre uma reunião e outra.
Essa meta curtinha tira o peso da obrigação. E o mais louco? Quando você começa, não quer parar. Cinco minutos viram dez. Dez viram trinta. E aí já era.
Você entrou no fluxo.
📚 Dica rápida: Comece com contos curtos, crônicas ou capítulos de livros leves. O segredo é ter vitórias rápidas no começo.
Associe a leitura a um momento prazeroso
Criar um hábito não é só sobre repetição — é sobre emoção.
E se a leitura se conectar com algo que você já ama, vira ritual.
Pra mim, funciona assim: café + livro + playlist de jazz = momento sagrado do dia. Às vezes nem leio por muito tempo. Mas aquele cenário me prepara mentalmente pra desacelerar.
Você pode ler vendo o pôr do sol, antes de dormir, no banho de sol do domingo.
O importante é transformar o hábito em algo que você espera com prazer, não empurra com culpa.
Se quiser reforçar isso, monte um “cantinho da leitura” em casa. Nem que seja só uma cadeira confortável e um abajur.
Troque 10 minutos de celular por 10 de páginas
Essa aqui é direta.
Quantas vezes por dia você desbloqueia o celular sem nem perceber?
Eu já fiz o teste: só nos primeiros 30 minutos do dia, já tinha rolado a tela do Instagram 12 vezes.
Agora, imagina se toda vez que desse vontade de scrollar, você pegasse um livro?
Não precisa se desligar totalmente da internet. Mas substituir aos poucos faz mágica.
Use essa energia inquieta pra abrir um capítulo, reler uma citação marcante, ou explorar um livro novo no Kindle.
Ferramentas que ajudam:
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Goodreads – pra acompanhar metas de leitura e trocar ideias com outros leitores.
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Skoob – rede social brasileira de livros, ótima pra descobrir novos títulos.
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Kindle Highlights – salva suas marcações favoritas pra revisar depois. Parece bobagem, mas reforça o aprendizado e dá vontade de ler mais.
Dicas de Leitura Para Iniciantes Que Querem Se Apaixonar Pela Leitura
Escolha temas que te empolgam — não o que “deveria” ler
Se tem uma coisa que atrapalhou minha vida de leitor por anos foi aquela sensação de “preciso ler livros importantes”. Spoiler: isso me travava mais do que me empolgava.
Eu tentava começar por clássicos densos, listas cult, leituras obrigatórias da escola — e adivinha? Nada fluía.
Foi só quando me permiti começar por livros com temas que eu realmente curtia, que o jogo virou.
Meu primeiro vício foi um livro de ficção científica com naves e inteligência artificial. Depois veio fantasia. Depois suspense. E quando vi… tava apaixonado pela leitura de novo.
Dica de ouro: Pergunte pra si mesmo: o que te prende na Netflix? Mistério? Romance? História real?
Leve essa resposta pra livraria ou pro app de leitura.
Prefira livros curtos, capítulos rápidos e narrativas envolventes
Começar por um livro de 700 páginas com capítulos de 40 páginas pode parecer épico…
Mas se você tá voltando (ou começando) o hábito da leitura, isso cansa. E rápido.
Prefira livros que tenham capítulos curtos, estilo “só mais um”. Aquele tipo de história que você lê em 10 minutinhos e já tá viciado no que vem depois.
Quanto mais “cinematográfico” for o livro, mais fácil fica entrar na leitura sem perceber.
Sabe aquela sensação de “só mais um episódio”? Dá pra sentir isso com livros também.
Dê permissão pra abandonar o que não engaja
Essa dica parece simples, mas é libertadora:
Você tem o direito de largar um livro no meio.
Sim, mesmo que todo mundo diga que é incrível.
Sim, mesmo que você esteja na metade.
Já insisti em livro que não tinha nada a ver comigo só porque era “obrigatório” gostar. Resultado: lia por obrigação, largava, e depois ficava semanas sem tocar em outro.
Hoje, se um livro não me pega em 30 ou 50 páginas… tchau. Vida que segue.
O importante é criar o hábito de gostar de ler, não de sofrer lendo.
Sugestões que funcionaram pra mim (e pra muita gente):
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“A Biblioteca da Meia-Noite” – Matt Haig
Uma mistura de ficção, filosofia e segunda chance na vida. Leitura leve e comovente.
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“A Guerra Que Salvou a Minha Vida” – Kimberly Brubaker Bradley
Uma história emocionante sobre uma menina na Segunda Guerra. Fluida, simples e poderosa.
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“O Hobbit” – J.R.R. Tolkien
Aventura clássica, mas com capítulos curtos e uma linguagem bem mais acessível que O Senhor dos Anéis.
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Se eu puder te deixar com uma só ideia, é essa:
Ler não é sobre terminar livros. É sobre se perder neles.
E pra isso, você não precisa começar pelo “melhor”. Precisa começar por aquele que te faz virar a próxima página.
Ler é Aprender e se Entreter: Tipos de Leitura Para Cada Objetivo
Eu costumo dizer que livro é tipo comida. Tem dia que você quer um banquete com mil informações… tem dia que só quer uma sobremesa leve pra relaxar a mente.
A beleza da leitura tá nisso: cada tipo de livro alimenta uma parte diferente da sua alma.
Abaixo, separei os principais objetivos que me fizeram (e fazem) manter o hábito de ler — com exemplos práticos pra cada momento da vida.
Leitura Para Conhecimento Pessoal e Profissional
Se tem uma coisa que a leitura fez por mim foi me tornar mais preparado — não só no trabalho, mas pra vida.
Livros de desenvolvimento pessoal, negócios, neurociência, psicologia…
São como um curso inteiro, só que com café na mão e sem boleto no fim.
Eu lembro que li “O Poder do Hábito” numa semana difícil do trabalho. Foi como ouvir um mentor particular dizendo: “calma, tem como melhorar isso aí.”
Ali eu entendi como pequenos ajustes na rotina mudam tudo.
Recomendo:
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“O Poder do Hábito” – Charles Duhigg
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“Roube Como um Artista” – Austin Kleon
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“Mindset” – Carol S. Dweck
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“Essencialismo” – Greg McKeown
Dica extra: Se você curte produtividade ou está em fase de transição de carreira, esse tipo de leitura é um investimento que vale ouro.
Leitura Para Relaxar e Se Inspirar
Nem só de aprendizado vive o leitor, né? Tem dias em que tudo que eu preciso é desligar do mundo real e viajar pra outro universo — sem sair do sofá.
É aí que entram os romances, contos, crônicas e aquelas histórias que aquecem o peito.
Sabe aquele livro que faz você suspirar, rir sozinho ou até dar uma choradinha no fim? Pois é, isso também é leitura.
Recomendo:
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“A Biblioteca da Meia-Noite” – Matt Haig
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“Como Água Para Chocolate” – Laura Esquivel
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“Extraordinário” – R.J. Palacio
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“Crônicas para Ler na Cama” – Martha Medeiros
Leitura Para Desenvolver Criatividade
Quer dar um tapa de leve na sua zona de conforto criativa? Então mergulha naquelas leituras que desafiam a lógica ou expandem o olhar.
Ficções científicas, graphic novels, fantasias e até poesia visual — tudo isso expande seu repertório, e isso se reflete no jeito que você pensa, cria e até resolve problemas no dia a dia.
Recomendo:
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“O Oceano no Fim do Caminho” – Neil Gaiman
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“Persépolis” – Marjane Satrapi (graphic novel)
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“O Conto da Aia” – Margaret Atwood
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“Mitologia Nórdica” – Neil Gaiman
📎 Curiosidade: A American Psychological Association já publicou estudos mostrando que ler histórias de ficção pode melhorar sua capacidade de empatia e pensamento crítico. Ou seja, é tipo academia pro cérebro!
Como Escolher o Livro Certo Para Você
Sabe quando você tá zapeando no streaming, vê cem opções de filmes, e mesmo assim… acaba revendo aquele que você já viu dez vezes?
Então, escolher um livro pode parecer a mesma coisa.
Mas ó — não precisa ser um bicho de sete cabeças. Aprendi na marra (e nas várias abandonadas de leitura no capítulo dois) que o segredo pra gostar de ler tá em achar o livro certo, na hora certa.
Se liga nessas três dicas que sempre me ajudam quando tô perdido na prateleira:
Pergunte-se: O Que Você Gosta em Filmes e Séries?
Essa aqui é ouro puro.
Se você é do tipo que ama suspense, investigações e tramas de virar a cabeça, provavelmente vai curtir thrillers literários.
Se chora com comédias românticas ou maratonou “Anne With An E”, tem um mundo de romances, dramas e histórias sensíveis esperando por você.
Dica prática: pense no seu top 3 de filmes/séries e procure livros com temas parecidos.
Busque Listas Temáticas, Canais no YouTube e Comunidades
Lembra do tempo em que a gente pedia dica de livro só na livraria? Hoje tem comunidade pra tudo, e isso é um baita atalho.
Se você digitar no Google algo tipo “livros para quem gostou de Stranger Things”, vai encontrar listas, vídeos e fóruns lotados de recomendações certeiras.
Plataformas como Skoob (versão brasileira do Goodreads) e Goodreads são ótimas pra:
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Ver resenhas sinceras
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Montar listas de “quero ler”
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Seguir amigos que têm gosto parecido
Use o Teste das Primeiras 5 Páginas
Essa é minha regra de ouro: se as cinco primeiras páginas não te pegam de algum jeito… dá tchau sem culpa.
Você não é obrigado a terminar um livro só porque começou.
Leitura não é contrato — é química. E quando rola, você sente logo no começo.
Já deixei de lado livro que a capa era linda e o tema parecia incrível… mas a escrita não conectava comigo.
Hoje eu só sigo se a primeira página me deixar curioso, rindo ou com aquela pulga atrás da orelha.
Crie Seu Espaço de Leitura Ideal
Se tem uma coisa que eu aprendi depois de perder o foco na leitura umas mil vezes é o seguinte: ambiente conta — e muito.
Não adianta ter o melhor livro do mundo nas mãos se o lugar ao seu redor mais parece a Avenida Paulista em horário de pico.
Então, se você quer mergulhar de verdade nas páginas, vem comigo montar o seu cantinho da leitura:
Luz, Silêncio e Conforto — O Tripé da Imersão
Pra leitura rolar sem esforço, seu cérebro precisa se sentir seguro e tranquilo.
Isso significa: luz adequada, ausência de barulho chato e um lugar onde seu corpo possa relaxar.
Luz: natural é sempre a melhor. Mas se não tiver, invista numa luminária de tom amarelado, que é mais suave e não cansa a vista.
Silêncio: às vezes, o silêncio não é sobre o barulho em si, mas sobre desligar notificações. Bota o celular no modo avião ou deixa no outro cômodo.
Conforto: pode ser um sofá, rede, poltrona ou até aquele cantinho do chão com almofada. O importante é que seu corpo se acomode e esqueça dele.
Aqui em casa, meu “trono de leitura” é uma poltrona encostada na parede, com abajur de lado e uma manta. No inverno, isso vira minha toca oficial. Só falta o chocolate quente.
Leitura em Papel ou Digital? Vá Com o Que For Mais Prático
Essa dúvida é clássica: “Kindle ou livro físico?”
A resposta? O que fizer você ler mais. Ponto.
Tem gente que curte virar páginas, cheirar o livro (sim, eu também faço isso 😅) e sublinhar com marca-texto.
Outros preferem o digital pela praticidade, leveza e acesso rápido a dicionários e anotações. Eu mesmo misturo os dois dependendo da viagem, do bolso e da luz do dia.
Quer um conselho? Não entre na guerra dos formatos. Experimente os dois e veja com qual seu cérebro engata melhor. Spoiler: os dois são leitura de verdade.
Dica Extra: Leia Ouvindo Trilha Sonora Instrumental (Lo-Fi, por Exemplo)
Se você é do tipo que se distrai fácil com qualquer barulhinho (tipo eu), o truque do lo-fi pode ser um divisor de águas.
Coloca uma playlist de música instrumental suave, como jazz calmo, piano, sons ambientes ou aquele lo-fi study beats que virou febre no YouTube.
O som ajuda a criar um ambiente imersivo, abafando ruídos aleatórios e mandando seu cérebro o seguinte recado: “é hora de relaxar e mergulhar nessa história.”
Transforme a Leitura em Ritual Diário (e Não em Obrigação)
Se tem uma coisa que eu aprendi na marra foi o seguinte: a leitura só vira hábito quando ela deixa de ser meta e vira prazer.
Não adianta dizer “vou ler 52 livros no ano” se a leitura tá com o mesmo peso de boleto vencido. A gente precisa de ritual, não de cobrança.
E quando digo ritual, não é nada místico não — é criar um momento só seu, gostoso, constante, como aquele cafezinho depois do almoço. Bora fazer isso juntos?
Associe Com Recompensas: Café, Pausa, Descanso
Vou te contar um segredo: tem dia que eu não tô com vontade nenhuma de abrir um livro. Mas aí eu penso: “Ricardo, faz o combo mágico — café, sofá e leitura.”
E funciona.
Associe a leitura com algo que te dá prazer: pode ser um cafezinho quente, um chá relaxante, ou aquele cobertorzinho leve no fim da tarde.
O cérebro aprende que aquele momento é gostoso. Ele para de lutar contra e começa a pedir por mais. É o mesmo mecanismo de quando a gente sente fome só de ver a logo do iFood — só que aqui, o vício é saudável.
Estabeleça um Horário Fixo ou um Gatilho
Quer transformar a leitura num hábito real? Use o poder dos “gatilhos”.
Exemplo: ler 10 minutinhos antes de dormir, enquanto espera o almoço, ou durante aquele trecho do ônibus sem sinal de internet.
Dica: ligue a leitura a um hábito que já existe. Se você sempre toma um café às 16h, encaixa umas páginas ali.
Torne Visível: Estante Organizada, Livros na Mesa, Marca-Páginas Criativo
Sabe aquela frase “o que não é visto não é lembrado”? Vale pra leitura também.
Se os livros estão escondidos no fundo do armário, você não vai lembrar deles. Agora, se tem um na cabeceira, outro no rack da sala, e mais um na mochila… boom! Oportunidade de ler em todo canto.
Deixe à vista. Organize a estante com carinho. Use marca-páginas que te animem — pode ser aquele do seu personagem favorito, ou até um bilhete com uma frase inspiradora escrita à mão.
Teve um dia que achei um post-it dentro do livro com um “vai, Ricardo, só mais um capítulo”. Nem lembrava que eu mesmo tinha escrito, mas deu certo. Terminei o livro naquela semana.
Leitura Criativa: Escreva, Anote e Interaja Com Seus Livros
Você já terminou um livro com a sensação de que ele te mudou por dentro… mas uma semana depois não lembrava nem o nome do personagem principal?
Pois é, isso já aconteceu comigo mais vezes do que eu gostaria de admitir. Foi aí que eu entendi: ler não é só passar o olho nas palavras — é conversar com elas. É mergulhar, marcar, mastigar cada ideia. E isso muda tudo.
Se liga como você pode transformar a leitura em uma experiência criativa, profunda e pessoal:
Faça anotações, destaque frases, escreva resenhas curtas
Antes eu tinha um certo “respeito excessivo” pelo livro — não queria riscar, escrever, marcar… até perceber que ele era meu. Que não existe leitura certa ou errada, e que interagir com o livro era como dialogar com o autor.
Hoje, leio sempre com lápis na mão (ou post-its se o livro for emprestado).
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Destaque frases que te acertam no peito
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Escreva à margem suas reações (“UAU”, “discordo”, “lembrei da minha mãe aqui”)
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Anote num caderno ou app uma mini-resenha com o que o livro te ensinou
Experimente o “journaling literário” — registre o impacto dos livros na sua vida
Você já tentou escrever sobre um livro depois que terminou? Mas não um resumo técnico — e sim como ele te transformou?
Isso é o tal do journaling literário. E, ó: é poderoso.
Depois que li “O Pequeno Príncipe” de novo, adulto, anotei:
“O essencial continua invisível… mas hoje tenho coragem de enxergar.”
É nesse espaço que você solta o verbo. Fala da dor que o livro trouxe à tona, da lembrança que ativou, da ideia que te empolgou.
Pode ser num caderno, num bloco digital ou até em áudio. O importante é refletir sobre o que a leitura provoca em você. Isso fixa, aprofunda e eterniza.
Marque suas leituras com post-its e reflexões visuais
Nem todo mundo curte escrever resenhas. E tá tudo certo.
Mas que tal transformar sua leitura em um mapa visual?
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Use post-its coloridos pra marcar trechos por tema (emoção, ideias, frases bonitas)
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Faça desenhos simples ou símbolos ao lado das partes que mais te tocaram
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Use marca-páginas personalizados com frases que te motivam
Às vezes um post-it com um “lembra disso na próxima discussão com o chefe” já vale mais que qualquer resumo.
“Interagir com um livro é como dançar com ele — você não só acompanha, mas responde, reage e sente junto.”
Quando a leitura vira diálogo, ela sai da cabeça e entra na alma.
Você se apropria daquela história. Ela vira parte da sua.
E cá entre nós, não tem nada mais bonito do que um livro surrado, com anotações nas bordas, post-its saindo e uma dedicatória que você mesmo escreveu pra si. Isso sim é leitura com alma.
Conclusão: Ler Mais É se Conectar Consigo Mesmo
No fim das contas, ler não é só virar páginas. É virar chaves internas.
Quando comecei a ler com mais intenção — não pra cumprir metas, mas pra me escutar no silêncio das histórias — percebi uma coisa poderosa: cada livro é um espelho, uma janela e uma ponte. Às vezes tudo ao mesmo tempo.
A leitura virou meu refúgio nos dias ruins, meu combustível nos dias bons e, principalmente, um jeito de me entender melhor. Teve livro que me fez rir no meio de um ônibus lotado. Teve outro que me desmontou em silêncio às 3h da manhã. E também teve aquele que me deu coragem pra tomar uma decisão importante.
Porque, no fundo, ler é conversar com o mundo — e com a gente mesmo.
E se você chegou até aqui nesse texto, é porque lá no fundo você também sente que precisa disso. Um tempo só seu. Um momento pra fugir do barulho e mergulhar naquilo que te faz bem.
Então aqui vai meu convite:
Escolha um livro. Qualquer um.
Não precisa ser o mais famoso, nem o mais inteligente. Escolha o que te chama.
Abra na primeira página. Respira. Vai no seu ritmo. E deixa a mágica acontecer.
Ah! Se quiser trocar dicas de leitura, me chama! Sempre tem um livro novo me fazendo companhia — e eu adoraria ouvir qual história mudou a sua vida também.